Crer em Deus não é abrir mão da lógica!
Muitos associam a crença nalgum deus como a escolha por abandonar qualquer raciocínio lógico ou desprezar as evidências científicas. Muitos argumentam que, para se crer numa divindade, deve-se ignorar os fatos comprovados pela Física, Bioquímica, Astrofísica e tantas outras ciências que explicam quase tudo o que vemos (eu disse quase tudo!).
O fato é que esse é um pensamento muito inocente, incoerente e bem antiquado. Presumir que toda e qualquer pessoa que diga crer em Deus seja uma pessoa que não compreende as Leis da Física, ou que seja um ignorante quanto às comprovações e avanços é um grande erro.
Concordo que muitos que dizem crer em Deus preferem não entrar na argumentação lógica. Outros tantos realmente não fazem ideia das descobertas científicas, e a grande maioria dos teístas afirmam muitas coisas ilógicas, comprovadamente incoerentes com a realidade científica e acabam gerando esse pensamento de que os que creem em Deus são os que ignoram a Lógica e a Ciência.
Por esse motivo que decidi esclarecer alguns pontos descrevendo três argumentos com base nas Ciências para mostrar que é mais racional crer na existência de Deus do que crer que não há deus algum. Teremos, então, uma sequência de três posts para que não fique algo longo em demasia e tenhamos comentários pertinentes a cada um desse argumentos.
A intenção não é COMPROVAR a existência de Deus. Mas demonstrar logicamente que é plausível crer na existência de Deus.
1) O Argumento Cosmológico
Um dos pontos mais complicados da ciência e que, até hoje, não possui uma resposta concreta é acerca da origem do Universo. Muitos cientistas afirmaram por muito tempo que o Universo era infinito, ou seja, sempre existiu e sempre vai existir.
Até que os avanços vieram, como por exemplo com Albert Einstein e sua teoria da relatividade, que nos proporcionou a possibilidade de estudar e verificar o passado temporal do Universo.
Depois, com os cálculos de Einstein, Alexander Friedmann e George Lemaitre descobriram que o Universo está em gradativa expansão, que, combinados aos estudos de Edwin Hubble de cálculos entre as distâncias entre as galáxias de acordo com o tempo, permitiu-se concluir que todo o Universo partiu de um ponto inicial de tempo. Ou seja, o Universo, que está em expansão, teve um início e terá um fim.
É fato que essa Teoria acerca de um passado finito de tempo não foi aceita com unanimidade entre os físicos em geral, e muitas teorias paralelas que indicavam um Universo infinito foram criadas. Porém, caíram em descrédito ao longo do tempo por suas várias falhas.
Mais recentemente, em 2003, Alexander Vilenkin, Alan Guth e Arvind Borde (que são três cosmologistas) provaram que qualquer universo que tem, em média, se expandido em sua história não pode ser infinito em seu passado, mas deve possuir um início absoluto.
Mesmo quando se coloca a teoria do Multiverso, onde se propõe uma diversidade de universos que existem simultaneamente através de uma espécie de "criador de Universos", todos esses universos devem possuir um passado finito, ou seja, um início temporal absoluto.
Foi por essa descoberta que Alexander Vilenkin afirmou que: "Os cientistas não podem mais se esconder atrás de um passado infinito do Universo. Não há como escapar, todos temos de enfrentar o problema de termos um início cósmico". Qualquer teoria plausível precisa possuir um início temporal absoluto, um começo de tudo.
Toda essa comprovação científica incentiva o raciocínio lógico presente no Argumento Cosmológico:
- Qualquer coisa que venha a existir possui uma causa para sua existência.
- O Universo veio a existir.
- Portanto, o Universo possui uma causa para sua existência.
As duas primeiras premissas nos levam, logicamente, à terceira. A primeira premissa jamais foi contestada, mesmo pela ciência. Não há quem diga que algo veio a existir sem que houvesse nenhum motivo.
As coisas não saem por aí sendo formadas a partir do nada. Para que haja chuva, há um processo de evaporação, condensação e precipitação. Para que haja um ser humano, houve a junção entre espermatozoide e óvulo. Ou seja, sempre há uma causa para aquilo que veio a existir.
A segunda premissa é embasada nos estudos apresentados acima, logo é lógico crer também na terceira premissa: O Universo tem uma causa para sua existência. E como o Universo nem nada pode ser a explicação para sua própria existência - eu existo porque precisava existir, ou o universo existe porque precisava existir: não é uma explicação lógica, é apenas uma afirmação em cima de outra afirmação (não possui lógica!) - precisamos compreender o que causaria o universo.
Uma vez que temos um Universo composto por matérias, regido pelas Leis da Física de espaço e tempo, não há como falarmos em algo que seja regido pelas mesmas Leis como sendo causador do Universo.
Logo, para que algo tenha causado a existência do Universo, esse Algo deve ser imaterial, atemporal, sem limites, sem causa, extremamente poderoso e pessoal. Deve ser os quatro primeiros por não poder ser regido por quaisquer regras existentes no Universo. Extremamente poderoso pela complexidade do que está sendo criado. Pessoal, pois há intenção em criar algo, e objetos não possuem intenção, tampouco coisas abstratas como números possuem intenção alguma. Apenas algo pessoal, ou relacionada a um ser vivente pode ter intenção de algo.
Então as características são: imaterial (não será comprovado pelas Ciências), atemporal (não possui início nem fim), sem limites (pode estar em todos os lugares simultaneamente por não estar preso aos limites de espaço), sem causa (simplesmente é), extremamente poderoso (devido ao que pode criar) e pessoal (para que haja intenção de criação).
Com todo prazer, eu vos apresento, Deus: imaterial, atemporal, sem limites, sem causa, extremamente poderoso e pessoal.
Wow! Gostei bastante do estudo! Parabéns! ;)
ResponderExcluirValeu, Andrew! Ajuda na divulgação aí!
ExcluirBacana o texto e lastreado no que entendo de lógica. Mas como fica a questão de a Bíblia dizer o mundo possui pouco mais de 5.000 anos e o universo ter bilhões? Vc não se apega à literalidade dos textos bíblicos?
ResponderExcluirBacana o texto e lastreado no que entendo de lógica. Mas como fica a questão de a Bíblia dizer o mundo possui pouco mais de 5.000 anos e o universo ter bilhões? Vc não se apega à literalidade dos textos bíblicos?
ResponderExcluirNa verdade a Bíblia não afirma que o mundo possui aproximados 5 mil anos. Ela retrata a humanidade (homem racional) com cerca de 6 mil anos. A criação do mundo é bem anterior. Nos salmos, em Jó, Isaías e Jeremias temos passagens que revelam a criação ser bem anterior à humanidade. Para ser mais claro, do primeiro versículo do capítulo 1 de Gênesis para o 2 versículo desse mesmo capítulo há um espaço de tempo não mencionado, porém facilmente detectado: a Bíblia diz que Deus criou os céus e a Terra (verso 1) e que a terra era sem forma e vazia (verso 2). Ora, não faz sentido Deus criar algo sem forma e vazio. Algo aconteceu entre esses versos, a ponto de transformar aquilo que Deus havia criado de maneira perfeita em algo sem forma e vazio (provavelmente a queda de Satanás). Veja que estamos falando de apenas 2 versos! A Bíblia não contradiz a lógica nem ignora a ciência. Pelo contrário, a ciência comprova a Bíblia e sua veracidade, basta lermos com critério.
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